:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
Onde e quando nasci: há 28 anos, em Cachoeira do Sul (RS)

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segunda-feira, setembro 27, 2004



Final de semana sem futebol, quase sem política. Um cansaço muito aliado de uma coisa que é quase uma depressão me fez ficar em casa, assim como a falta de dinheiro, mais uma aliada - não minha, mas dessas des-motivações. Com isso, veio um aproveitamento excelente para as leituras, rádio, até TV, que pouco valorizo.
Mas a TV foi pra ver Aqueles dois, filme dirigido por Sérgio Amon, a partir de um conto do grande Caio Fernando Abreu, talvez um dos grandes contos que já pude ler.
Apesar do orçamento baixo e suas consequencias, é um filme gaúcho, adaptação de Caio... Não haveria de ser ruim como experiência, conhecendo como eu o texto. Venci o sono e vi um bom filme, noite adentro. A magia dos cenários porque passo todos os dias, a magia de Caio, do texto, tudo... Bom filme esse, "Aqueles"... Acho que não se encontra isso em vídeo, por isso o esforço em ver, matando uma curiosidade. Só isso valeria o final de semana.
Mas ainda terminei de ler Laços de Família, livro de contos de Clarisse Lispector, ela também uma autora que se apresentou pra mim agora, apesar de tantos comentários, recomendações, resenhas, exaltações. Foi um prazer conhecer o texto dela, coisas preciosas da linguagem e da narrativa do século passado.
E João Gilberto Noll, com Canoas e Marolas, romance escrito para a série sobre os sete pecados capitais, respondendo pelo pecado da Preguiça é mais um texto desses dele: apaixonante, confuso, poético, excitante. Lido sem intervalo, durante a tarde de domingo.


:: por Marcio | 16:20




quinta-feira, setembro 23, 2004

Gosto de chuva

mas pra estar em casa. Detesto a má-educação das pessoas na rua em dias de chuva. Parece que o guarda-chuva é uma arma. Dá vontade de bater em certas criaturas que mudam de rumo bruscamente, param na calcada encharcada, bloqueando a passagem dentre outros tipos de burrice inconveniente, típicas de um povo que não consegue conviver em coletivo, mesmo vivendo a maior parte do seu tempo útil(?) no ambiente coletivo.


:: por Marcio | 10:40






Automovelfobia

Eu não gosto de carros. Não é porque não os tenha. É porque não gosto mesmo.

É o tipo de coisa que é inviável que todo mundo tenha. Assim como celular: se todo mundo tiver, o sistema provavelmente entra em colapso. Imaginem cento e cinquenta milhões de celulares em uso no país... Mas imaginem então cento e cinquenta milhões de carros! Imaginem Porto Alegre com um milhão de carros nas ruas, se com dez por cento disso é quase inviável andar!

O que as cidades precisam primar por ter é um sistema de transporte coletivo viável, qualificado, rápido, justo. Mais que hoje... Aqui temos um dos melhores transportes entre as grandes cidades do país: bem ou mal há ônibus ligando quase todos os lugares a quase todos os outros... Nossos ônibus são relativamente novos, a grosseria dos cobradores e motoristas são relativamente menores que em outros lugares, é um transporte coletivo de razoável pra bom, ao menos já andei em São Paulo e Rio de ônibus, já andei em João Pessoa, Florianópolis. E principalmente em Pelotas, onde morava até 99: um lixo.

O rolo é esse: o carro individual é o sonho de consumo da classe média. Em casa de burguês você vê quatro carros, até, numa garagem. Um sujeito de dezoito anos precisa de um carro pra que, mesmo? Pra ir todo dia até a PUC, voltar pra casa, depois ir até o Parcão posar de gatão e voltar pra casa? E assim temos mais poluição, menos espaço, temos burguês metendo o carro por cima do pobre quando ele vai atravessar o sinal na faixa de segurança com o sinal fechado... Esse é o sonho do pequeno burguês: ter um carro seu, só seu, de mais ninguém.

Num final de tarde temos engarrafamento até a Unisinos, por exemplo. Já fui algumas vezes de carona, normalmente vou de trem. Você percebe uma coisa curiosa: mais da metade dos carros estão com apenas seu motorista. E o engarrafamento... Isso é sustentável? É razoável? Não, não é, como não é nada no mundo em que vivemos...

Desculpe quem tem carro por dizer isso, parece coisa de quem não tem, mas eu digo sempre: nem quero. Quando melhorar de vida, comprar um carro vai acontecer só depois que tiver minha casa própria com tudo de bom e do melhor. E olhe lá!

Sei que facilita a vida ter um carro, se locomover com rapidez, carregar coisas. Mas todo mundo pode ter? Não. Carro popular é uma bobagem: o problema não está em dar mais acesso a quem não tem, tornar mais barato: o dia em que o carro for barato e vivermos numa sociedade em que todos puderem comprar, o mundo explode, os engarrafamento nunca terminarão. Impossível. O desafio é botar mais e melhores ônibus na rua, em tarifas mais baratas, com horários mais frequentes.

Abaixo o trasporte individual! Pra salvar o mundo enquanto há tempo...


:: por Marcio | 10:17




terça-feira, setembro 21, 2004



O filme dinamarquês Reconstrução de um amor é daqueles casos: ou eu sou muito burrinho ou o filme é mesmo confuso. Há uma sobreposição de narrador, de histórias, voltas atrás que desmentem o raciocínio construído até então... Nunca se sabe se é real ou não o que aconteceu antes.

Ainda assim, é um interessante filme, do envolvimento súbito entre duas pessoas que se encontram e se apaixonam loucamente, apesar de ambos terem relacionamentos e não saberem o que fazer com eles. A beleza dos atores protagonistas é simplesmente impressionante, o que também faz valer um pouco mais o filme. Fora isso, poucas serão as chances de ver um filme dinamarquês de novo, muito cedo...


:: por Marcio | 10:25




sexta-feira, setembro 17, 2004



E eu li pela primeira vez Edgar Allan Poe. Sim, falha minha: há horas me recomendavam ler, ouvia falar, lia sobre. E nunca tinha pego pra ler. Justo o pai de todos, o primeiro autor de todo um amplo gênero, eu não conhecia. Poe é o primeiro grande autor da literatura de mistério/horror/policial, o inspirador de outros grandes autores que viriam depois dele, de personagens míticos que viriam a partir da inspiração deixada pela vasta obra dele, que morreu com 40 anos, apenas. Contista, poeta, crítico de artes, era um visionário. Talvez uma das contribuições realmente importantes deixadas pelos EUA para a cultura mundial.
O livro lido, uma edição de bolso de Assassinatos na rua morgue, com outros contos. Genial. Pouco mais a dizer. Prende a atenção, distrai, tem imagens interessantes, boa linguagem, tudo o que um conto precisa.


:: por Marcio | 10:20








Quarta foi mais um dia de clássico Gre-Nal, mais uma vitória do Inter, portanto. Sempre é bom ir ao futebol, ganhar melhor ainda, do maior rival mais ainda - no outro dia tu vai encontrar teus amigos e poder incomodar um pouco.

Mas o trago foi grande, cheguei em casa quase caindo, depois de ficar no Estádio mais de uma hora depois do final do jogo. Sempre bebendo. Depois mais uma hora de ônibus - a Linha T2 é uma das coisas mais longas que já conheci e eu para ir da minha casa do Beira-Rio e vice-versa vou quase de um extremo ao outro da linha.

Como já falei, é a paixão possível de viver no momento, o futebol...


:: por Marcio | 10:04




segunda-feira, setembro 13, 2004

Mudado

Sábado fiz minha mudança. Em uma hora e meia tinha terminado de carregar e descarregar tudo o que me pertence de materialidade, com direito a um passeio de caminhão-caco por algumas das vias expressas da cidade - que medo!

Domingo foi montar o roupeiro - nunca tinha feito isso. Trabalheira, complicação, depois descobri que estava tudo errado, desmontar e montar de novo. Mas está quase tudo pronto. Vida nova na Vila. Parece bom. Em quinze dias já conheci os caminhos, as linhas de ônibus, a melhor maneira de chegar em cada lugar - como chegar da aula, como ir pro trabalho, como ir pro Beira-Rio. Nada mais me escapa. O melhor trajeto pra caminhar, alguns gatinhos, melhores preços nos supermercados da volta. Está sendo interessante ao menos a ilusão de que estou morando bem. E é bom me livrar dos stress que tive no último ano.

Mas é curiosa a situação: morar com a avó e a tia solteira, com um outro ritmo de vida: calmaria, discussões bobas entre elas, o menor primor com a comida, a atenção que ora dispensam pra mim, a televisão em volume altíssimo, o gato, o cachorro, vizinhos, tudo coisas estranhas a um sujeito cujas preocupações eram diferentes, talvez bem piores: som e TV alta também, luz cortada, o lixo que não se tirava, a porquice da parceria de casa. Conviver é algo estranho a um sujeito como eu.


:: por Marcio | 16:52






Carecas, realmente

Eu já tinha falado do medo e da raiva que me dão skinheads e assemelhados. Um conhecido foi atacado, levou quatro facadas, desses imbecis. Em Porto Alegre, no Parque da Redenção, apenas por estar ali, talvez procurando prazer, talvez procurando sarna pra se coçar. Mas o fato é que foi atacado por estar na rua, vivendo, sem mexer com ninguém, sem incomodar ninguém. Apenas ali, caminhando numa madrugada qualquer - que, apesar dos perigos, é excelente, caminhar à noite. Por que pessoas fazem isso? Que mal há em ser tolerante? Onde vamos parar?

Não cabem grandes textos... Apenas isso: medo, violência, intolerância, preconceitos, essas são as coisas mais fortes dos nossos tempos. Horror.


:: por Marcio | 16:48






Animal farm

Em razão de um trabalho de aula, reli(3ª vez) A Revolução dos Bichos, do George Orwell. É uma história que muitos de vocês conhecem, com certeza: o autor de utiliza de animais para fazer uma fábula sobre a construção de regimes autoritários/totalitários. É uma história interessante de ler, reler, analisar calmamente. Escrito como uma crítica a Stalin, vale para qualquer situação, vale para o Lula, para o Palocci, o Zé Dirceu.

A questão é: como mantermos a convicção de que a causa pela qual a gente luta é correta, aquilo pelo qual acreditamos não nos traiu, apenas quem nos liderou? Esse é o drama ao ler esse livro, ao analisar o que vivemos hoje, ao analisar a degradação de qualquer processo de revolução ou reforma. É possível chegarmos a uma outra sociedade, em que todos sejam iguais na diferença ou isso é impossível, porque sempre iremos, no meio do caminho, criar uma casta burocrática que logo criará outra dominação? Não tenho as respostas, apenas a vontade de seguir caminhando, ver no que dá...


:: por Marcio | 10:35




quarta-feira, setembro 08, 2004



Eu sempre gosto de ler Rubem Fonseca. Eu não canso de repetir que eu queria ser como ele. Repito isso sempre que leio mais um livro dele. Vale a pena. Agora foi um dos mais polêmicos, provavelmente o que o lançou: Feliz Ano Novo. Mas o que é tão bom em Rubem? Escritor de vasta obra, criativo, inovador na estética, na linguagem(ao escrever do jeito como as pessoas, afinal, falam), Rubem Fonseca é um dos grandes escritores brasileiros do século XX, se não for O. Ler seus contos faz pensar, mesmo que pareça por vezes que trata de grandes bobagens. Mas poucos autores fazem você ficar tanto tempo depois pensando nas coisas que leu, em prováveis sentidos daquilo que não tinha sentido.


:: por Marcio | 15:08








Vi ontem Brilho eterno de uma mente sem lembranças, com Jim Carrey e Kate Winslet, cujo roteiro é escrito pelo mesmo Charlie Kaufman de Adaptação e Quero Ser John Malcovich, autor de filmes alternativos, por assim dizer.

O que dizer? É a cara dele, o roteiro. Do Kaufman. Trama capaz de confundir a um bobo ou sonolento, ao que vai sendo entendida se torna uma grande história, a meu ver com a vantagem de, esse último, "Brilho", mesmo sendo pretensioso, ser uma história bem contada, explorada ao seu limite em sua potencialidade. A idéia é: pessoas passam a apagar de sua memória as desilusões amorosas. E a partir dai se conta a história de um casal que resolve apagar um ao outro da memória. Carrey, de quem tinha ódio por ser caricato, até fazer "Show de Truman", se tornou um bom ator, definitivamente. Kate é charmosa e boa atriz. Elijah Wood é bom ator e bonito, como poucos adolescentes podem ser. Assim se faz um bom filme, bom de assistir, que faz pensar, mas especialmente diverte. É bom assistir filmes "não tão comerciais assim", de vez em quando.


:: por Marcio | 09:31




segunda-feira, setembro 06, 2004



Uma boa idéia fazer um filme sobre Olga Benário. É bom que se diga isso antes de começar a bater no filme, certo?

Olga foi uma mulher excepcional. Tanto que é uma das mais importantes personagens femininas da história brasileira, mesmo sendo alemã, mesmo tendo passado pouquíssimo tempo no país. A mulher que foi designada para acompanhar Luís Carlos Prestes com segurança até o Brasil e que acaba se envolvendo emocionalmente com ele - trintão, sem nunca ter tido uma mulher - e, em meio a uma tentativa fracassada de tomada do poder acaba dele engravidando. É presa, junto com o companheiro e, grávida, entregue por Getúlio Vargas a Hitler, numa demonstração de boa vontade do nosso ditador com o ditador alemão, quando os dois flertavam - Sim, Getúlio só se decidiu contra o nazismo quando a Guerra já estava perdida por Hitler, é bom que se diga isso.

Assim, é uma boa idéia o filme, porque lembra o terror das ditaduras, especialmente a de Vargas, que é tido por muitos como herói - aqui no RS, então, isso é particularmente vendido para os incautos.

Paremos de falar da Olga mulherpara falar do filme Olga: ruim. O filme mais caro da história do cinema brasileiro, segundo já li, tem boa direção de arte, cenários internos, além de um bom elenco - o Caco Ciocler, como sempre muito bem, assim como Camila Morgado, uma das mais gratas revelações dos últimos anos. Ainda assim, a protagonista soa caricata em muitos momentos, o que é um problema, antes de mais nada, do roteiro e da direção, mas também da atriz, afinal...

E o filme vai por aí: exagerado, caricatural, sem fotografia - para economizar, não há tomadas de rua, nunca. O filme se passa em diversos lugares do mundo sem nunca sair do Méier. A trilha sonora é irritante, de sair da sala. Nos deixa ansiados quando não deve deixar, não diz nada quando deve dizer.

Que mais dizer? Uma pena! Com alguns dos mais ricos personagens da história na mão, Monjardim fez um Brava Gente melhorado!


:: por Marcio | 08:39




quarta-feira, setembro 01, 2004

A leitura do/de um dia

Li entre domingo e segunda de noite o livro Dinheiro Queimado, do argentino Ricardo Piglia. Li rapido assim porque se trata de uma fascinante historia, de um assalto a banco, sua trama, suas consequencias, a vida de seus principais personagens. Baseado em fatos reais, Piglia monta um "romance de reportagem", por assim dizer: a partir dos fatos, ele constroi uma historia como poucas, reflexoes como raramente se pode ver. Em tres horas ininterruptas, e possivel se ler o livro.
Adaptado para o cinema num filme que por aqui chegou com o nome original, Plata Quemada, este abordando especialmente um aspecto: a relacao estranha mas apaixonada entre dois dos protagonistas, Dorda e Nene, bandidos perigosos, loucos, cocainomanos mas frageis tambem, como o mais louco pode ser. Estou curioso em ver o filme...


:: por Marcio | 09:42